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BYD Dolphin Mini realmente encara os compactos com motor a combustão?

Testamos o BYD Dolphin Mini, compacto elétrico importado da China que custa R$ 116 mil. Confira desempenho, ficha técnica, espaço interno e equipamentos

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Marca chinesa deixou correr que o modelo seria vendido a menos de R$ 100 mil, mas o elétrico chegou por R$ 116 mil
Marca chinesa deixou correr que o modelo seria vendido a menos de R$ 100 mil, mas o elétrico chegou por R$ 116 mil Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press
NOTA DO VRUM:
7 Nota VRUM

O BYD Dolphin Mini chegou como o carro elétrico que iria desbancar os compactos convencionais (com motores a combustão interna). O lançamento do modelo foi como um balde de água fria, já que a marca chinesa deixou correr solto que o veículo seria vendido a menos de R$ 100 mil, mas o elétrico chegou por R$ 116 mil.

Mesmo mais caro, o BYD Dolphin Mini é capaz de enfrentar hatches compactos convencionais - como Volkswagen Polo, Hyundai HB20 e Chevrolet Onix - da sua faixa de preço?

 

Motor elétrico de 75cv dá conta do recado?

Vamos começar 'atacando' o que parece ser a grande incógnita sobre o BYD Dolphin Mini, o desempenho. O modelo usa um motor elétrico de apenas 75cv de potência, algo pouco inspirador. Para se ter ideia, essa é a potência do motor 1.0 Firefly que equipa um Fiat Argo de entrada.

Outra questão em aberto era como o torque de 13,8kgfm, semelhante ao de um Argo, mas com o motor 1.3 Firefly, iria se manifestar, já que os carros elétricos podem transmitir toda essa força sem precisar subir rotações. Bom, vamos às respostas.

BYD Dolphin Mini: hora de testar o compacto elétrico.
Outro destaque do modelo é o peso reduzido para um elétrico, apenas 1.239 quilos Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press

O Dolphin Mini tem desempenho bom para rodar na cidade, que é o seu habitat. O trânsito lento não exige muita potência, e a vantagem em torque ajuda a vencer subidas íngremes e dar pequenas 'esticadas', mas nada que impressione, como os carros elétricos com motores mais potentes.

Mas na estrada o pequeno elétrico mostra sua limitação. Em longos trechos de aclive, a velocidade não passa dos 100km/h, mesmo com o veículo totalmente descarregado, obrigando o motorista a jogar o carro para as faixas lentas. No plano, o BYD Dolphin Mini até consegue se desenvolver até a velocidade máxima de 130 km/h, mas aí entra um segundo problema: a estabilidade.

Suspensão não transmite confiança

BYD Dolphin Mini: hora de testar o compacto elétrico.
Com 3,78 metros de comprimento e 2,50m de entre-eixos, o Mini Dolphin é um carrinho ágil no trânsito e em manobras Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press

Em curvas mais acentuadas, a carroceria do BYD Dolphin Mini inclina muito, tirando a confiança do motorista. Outro ponto complicado e que os amortecedores não conseguem interromper o movimento das molas, fazendo com que o carro fique oscilando.

O curso da suspensão também é curto, com a ocorrência de batidas secas. Enfim, essa é uma falha na segurança e carece de uma revisão urgente por parte da BYD.

Com 3,78 metros de comprimento e 2,50m de entre-eixos, o Mini Dolphin é um carrinho ágil no trânsito e em manobras. Com assistência elétrica, a direção tem pesos adequados.

Outro destaque do modelo é o peso reduzido para um elétrico, apenas 1.239 quilos.

Bateria e consumo do BYD Dolphin Mini

BYD Dolphin Mini: hora de testar o compacto elétrico.
Potência do motor é pequena, mas o bom torque salva o veículo em várias situações Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press

A bateria de 38,8 kWh fornece autonomia de 280 quilômetros, pelo ciclo do Inmetro. A capacidade é boa para um elétrico compacto que roda na cidade, onde o proprietário terá um ponto de recarga. No entanto, a falta de infraestrutura pública de recarga ainda é um problema para pegar estrada, ainda que em curtas distâncias.

Em uma breve deslocamento de 100 quilômetros com o BYD Dolphin Mini, preponderantemente rodoviário, foi consumido 36% da bateria, gastos da seguinte forma:

  • Até chegar na rodovia, rodamos 7 quilômetros na cidade, quando foram gastos nada menos que 5% de bateria. A explicação desse elevado consumo é que o carro estava estacionado ao sol em um dia muito quente, e a maioria dessa energia provavelmente foi gasta com climatização;
  • Seguimos na rodovia por mais 32 quilômetros, quando foram gastos 13% de bateria. Aqui a velocidade elevada e a falta de frenagem foram os responsáveis pelo gasto energético;
  • Entramos para uma estrada secundária por mais 10 quilômetros. Como a maior parte desse trecho era uma descida, o carro recuperou 2% de bateria com desaceleração e frenagem;
  • Porém, voltamos pelo mesmo trecho, agora com longas subidas, o que nos custou 9% de bateria até voltar à rodovia;
  • Na volta, os 32 quilômetros pela rodovia consumiram 11% de bateria, de novo com velocidade alta e pouca regeneração;
  • Por fim os 8 quilômetros na cidade foram compensados pelas desacelerações, e não 'custaram' nada para a bateria.

Acabamento e espaço interno

BYD Dolphin Mini: hora de testar o compacto elétrico.
Acabamento é bom para a categoria, com apliques em material sintético no painel, portas, volante, apoio de braço e nos bancos Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press

O interior do BYD Dolphin Mini tem acabamento bom para a categoria, com apliques em material sintético no painel, portas, volante, apoio de braço e nos bancos, que têm um desenho esportivo.

O painel foi desenhado para levando em consideração que a grande maioria dos comandos estejam na tela de 10 polegadas. O problema é que fica até difícil achar rapidamente alguns comandos que deveriam estar mais à mão.

O quadro de instrumentos digital tem 7 polegadas, mas a parte configurável mesmo é bem pequena. No console central, o espaço privilegiado foi destinado ao carregador sem fio do celular, deixando o motorista do BYD Dolphin Mini cercado de telas.

BYD Dolphin Mini: hora de testar o compacto elétrico.
Banco traseiro pode levar apenas dois ocupantes Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press

O espaço interno é apenas ok, sendo necessária a velha negociação entre os passageiros da frente e os de trás. Lembrando que o BYD Dolphin Mini foi homologado apenas para 4 ocupantes. O entre-eixos é melhor que o do Fiat Mobi e Renault Kwid, mas não supera nenhum outro hatch compacto.

O porta-malas de 230 litros está ok para a proposta urbana do BYD Dolphin Mini, mas aqui nós temos dois problemas:

  • O mais grave é não trazer estepe, que ocuparia boa parte do espaço, mas um selante, o que não funciona para todos os casos de avaria m um pneu;
  • A segunda mancada é não ter bagagito, deixando o conteúdo do porta-malas aos olhos dos espertalhões.

Para ampliar o porta-malas, o banco traseiro pode ser rebatido apenas integralmente.

BYD Dolphin Mini: hora de testar o compacto elétrico.
O porta-malas de 230 litros está ok para a proposta urbana do modelo Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press

 Equipamentos

No pacote de equipamentos do BYD Dolphin Mini, destaque para:

  • Faróis em LED;
  • Rodas de 16 polegadas;
  • Ar-condicionado digital;
  • 6 airbags;
  • Chave presencial;
  • Multimídia com tela rotativa de 10 polegadas;
  • Freio de estacionamento acionado por botão.

BYD Dolphin Mini X Concorrentes

BYD Dolphin Mini: hora de testar o compacto elétrico.
Rodas de 16 polegadas Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press

Devido a seu preço, muito se falou que o BYD Dolphin Mini bateria de frente contra os hatches compactos convencionais. Pois bem, por R$ 115.800, comparamos o elétrico com Volkswagen Polo (Highline - R$ 18.990), Hyundai HB20 (Platinum Safety - R$ 114.590)e Chevrolet Onix (Premier - R$ 117.480).

Quanto ao conteúdo, o BYD Dolphin Mini leva a melhor por trazer freio de estacionamento por botão e banco do motorista com ajustes elétricos. No entanto, isso não compensa a falta do limpador do vidro traseiro (uma questão de segurança) e a ausência de um estepe.

Do ponto de vista do desempenho, todos os concorrentes são equipados com motor 1.0 turbo que fornecem uma performance bem superior à do BYD Dolphin Mini, principalmente na estrada.

Outra vantagem dos competidores com motores a combustão interna frente ao BYD Dolphin Mini é que já existe uma boa infraestrutura de reabastecimento montada, não obrigando o proprietário a se aborrecer para tentar instalar um carregador doméstico em um condomínio (o que pode ser muito complicado!), programar recargas na estrada, etc.

Resumindo, quando confrontado com os hatches compactos, o BYD Dolphin Mini perde em design, espaço interno e desempenho. Os modelos empatam no pacote de conteúdos, e o elétrico só leva a melhor no acabamento interno.

Com diversas limitações o Dolphin Mini não é a melhor forma de entrar para o mundo dos carros elétricos, abrindo a possibilidade de quem faz um teste drive desistir da compra e optar por um carro convencional.

Ficha técnica: BYD Dolphin Mini

MOTOR

Potência: 75cv

Torque: 13,8kgfm

PERFORMANCE

Velocidade máxima: 130 km/h

Aceleração: 14,9 s

BATERIA
38,8 kWh
AUTONOMIA
280 km
SUSPENSÕES

Dianteira: McPherson

Traseira: Eixo de torção

FREIOS

Dianteiro: Discos ventilados

Traseiro: Discos sólidos

DIMENSÕES

Comprimento: 3,78m

Largura: 1,71m

Altura: 1,58m

Entre-eixos: 2,50m

Altura do solo: 11cm

PORTA-MALAS
230 litros
PESO
1.239
PNEUS
 175/55 R16

Lista de equipamentos - BYD Dolphin Mini

DE SÉRIE
Faróis de LED com ajuste de altura; lanterna de neblina; faróis automáticos; luz de rodagem diurna em LED; desembaçador do vidro traseiro; vidros elétricos; retrovisores com ajustes elétricos; quadro de instrumentos digital de 7"; carregamento de smartphone sem fio; para-sol do motorista e do passageiro com espelho e iluminação; 2 entradas USB; bancos em couro; ajuste elétrico do banco do motorista; ISOFIX; multimídia com tela flutuante de 10.1" e rotacão elétrica; sistema de navegação GPS; ar-condicionado digital; freio de estacionamento eletrônico com função auto-hold; chave presencial; controle de tração; controle de dinâmico do veiculo; assistente de partida em subida; freios regenerativos; controle de cruzeiro; sensores de estacionamento traseiros; monitoramento da pressão dos pneus; airbags dianteiros, laterais e de cortina; modo de condução em terrenos de baixa aderência; modo de condução Sport e Eco; direção elétrica; volante com ajuste de altura e distância.
OPCIONAIS
Não há.